Todos nós temos uma arte - uma área do conhecimento pela qual nutrimos mais paixão e que logo se torna um objectivo de vida. Juntando-lhe as manias ou particularidades próprias de cada um, obtemos uma mistura fina de matéria-prima cognitiva que vale a pena partilhar e discutir com os demais. Sob este título, revela-se um grupo de pessoas e um ponto de encontro virtual no qual todas as Artes & Manias têm espaço assegurado.

21 janeiro 2009

The day after

Hoje o mundo esteve de olhos voltados num único sentido, o sentido da mudança!

Desde a vitória de Obama no passado 4 de Novembro que muito se especulava sobre s ideias deste homem para o mundo, depois do ano novo a atenção virou-se para o conteúdo do discurso. Muitas publicações nacionais e internacionais apelidaram-no de messias, outros falando do seu carisma apontaram-no como o líder de uma nova religião.

A meu ver tudo o que se disse é História e já há muito que faltava ao mundo um verdadeiro líder, mundividente e pluralista, que abrisse os olhos daqueles que impelidos pela crise de valores e de crenças se limitaram ao derrotismo e pessimismo, que outros tantos apelidam de crónico na nossa sociedade.

Eu fui um dos muitos milhões que acompanhei em directo a tomada de posse do novo presidente dos EUA, Barack Obama, emocionei-me quando ele próprio se "engasgou" na altura do juramento, o que faz prova da humanidade daquele homem que a partir de hoje carrega aos ombros as expectativas não só dos americanos, mas de todos aqueles que (ainda) acreditam na construção de um mundo melhor. As expectativas dos prisioneiros de Guantanamo, dos refugiados espalhados um pouco por todo o mundo, desde a Palestina, ao Sudão, ao Congo, ao Chade, dos jovens palestinianos mergulhados numa guerra de ódios que não é a sua, dos homens bomba manipulados por um qualquer líder fanático, as expectativas das crianças quenianas que personificam as de todas as crianças africanas subjugadas a um ciclo vicioso de pobreza. E para além de todas estas prementes expectativas carrega também as de todos os homens e mulheres do mundo ocidental que não sabem se amanhã terão trabalho, se poderão honrar os compromissos assumidos, as expectativas de milhões de pais que pretendem dar aos seus filhos o melhor. As expectativas de todos os excluídos do "sistema" que não têm nesta noite uma casa que os acolha, de todas as mulheres que neste noite vendem o corpo -e a alma - sob o jugo de redes de prostituição mundial. A juntar a todas essas expectativas estão as de todos nós, anónimos cidadãos da aldeia global.

Eu fui um dos muitos milhões que acompanhei em directo a tomada de posse do novo presidente dos EUA, Barack Obama e vibrei com o seu discurso. Há quem diga que foi pobre, que era expectável mais, que um líder messiânico deveria ter entusiasmado mais os 2 milhões que estiveram em Washington só para assistir à tomada de posse. Pois eu sou da opinião que o discurso não poderia ser mais incisivo. Em 18 minutos deu a volta aos problemas dos EUA, mandando inclusive um recado, a meu ver potente, para o Senado "não é hora de criancices", apelou à unidade nacional sem ter de fazer um discurso eloquente, mas que resume a tão falada frase de Kennedy - "Não perguntem o que é que o vosso país pode fazer por vós, mas o que vocês podem fazer pelo vosso país". E ao nível internacional resumiu também aquilo que irá ser a sua política externa: começou pela aldeia natal do seu pai para dizer aos líderes africanos que a democracia e a transparência na política são dois princípios sob os quais se deve guiar qualquer país, passou pelo Médio Oriente e deu também uma palavrinha aos extremistas religiosos daquela região.

Ao nível internacional, ainda, apraz-me parafrasear as palavras de Lipovac - "Consegue imaginar um homem de nome Barack Hussein Obama a conferenciar com os árabes? Consegue imaginar um negro, abandonado pelo pai, a conferenciar com países que nos desprezam? Não vê como ele pode chegar a pessoas de todos os cantos do mundo?"

A título muito pessoal espero que este momento histórico seja de viragem para uma nova era. Espero que seja o momento da América se unir ao resto do mundo e de em uníssono com ele contribuir para a construção de uma nova forma de encarar esse mundo. Um mundo onde ninguém é ou está contra ninguém, um mundo onde a paz é o valor fundador, onde se procure sempre uma via pacífica para os conflitos.
Originalmente publicado aqui.

14 janeiro 2009

O "Barril de Pólvora"

Hoje, dia 14 de Janeiro, Osama bin Laden veio apelar à "jihad" (guerra santa) contra os opressores do povo palestiniano, ou seja, nas palavras do líder da "Al-Qaeda": israelitas e seus apoiantes, sendo clara a mensagem contra os EUA e seus aliados.

Aproxima-se o dia da tomada de posse de Barack Obama, e o mundo árabe coloca enormes expectativas na nova administração americana e suas políticas, os habituais aliados e amigos dos EUA estão também expectantes, ou seja, Obama irá sentar-se em cima de um "barril de pólvora" perigosíssimo. Se por um lado pretende iniciar uma nova era nas relações internacionais, nomeadamente do ocidente com o médio oriente, os EUA não querem, certamente, baixar a guarda face a ameaças terroristas.

Juntando a crise económica mundial às disposições anteriores podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que os primeiros meses vão ser fundamentais para perceber o que realmente vale a nova administração americana e o novo presidente, Barack Obama. As expectativas e os desafios para o novo executivo dos EUA estão colocados muito alto, o futuro tratará de nos responder sobre a sua capacidade de resposta.

09 janeiro 2009

Censura eletrónica

Há pelos vistos um determinado blog, gerido por uma "Menina Tirsense", onde existe censura!

Dizem os valores da democracia que toda gente tem direito a opinião e, pensava eu, a censura tinha deixado de existir em Portugal logo após Abril de 1974, mas afinal estou enganado.

Expressei a minha opinião no referido blog, mas o meu comentário foi alvo de censura, ou então a aprovação da sua publicação espera o consentimento do edil de Santo Tirso, uma vez que já o escrevi há mais de 12 horas e ainda não foi publicado, ao contrário de outros comentários mais recentes.

No blog desta "Menina Tirsense" os comentários só são publicados mediante prévia aprovação, por parte da gestão do blog claro está. Segundo parece quando as opiniões são divergentes, não há publicações, logo, não há comentários. Entre a democracia que se apregoa e a que se pratica parece haver diferenças fundamentais, pode-se chamar "povinho" aos habitantes do concelho de Santo Tirso e ao mesmo tempo resumir o debate a opiniões favoráveis.

Cumprimentos.

Neve


Neve no meu quintal!!!! (Guimarães)

06 janeiro 2009

Novo ano, velhas guerras!

Mais uma vez aconteceu, infelizmente, 2009 já conhece uma guerra, o ano é novo, tem alguns dias, mas o conflito já é velho, tem cerca de 60 anos!

Desta vez a máquina de guerra de Israel diz combater o Hamas, que por sua vez afirma combater pela liberdade de todo um povo contra o ocupante opressor. Quem sofre são sempre os mesmos: os civis, as famílias, as crianças e os idosos que de ambos os lados da "barricada" tentam viver as suas vidas, e sobreviver, mais uma vez.

Gostava muito de poder aqui enumerar as formas que considero mais apropriadas para resolver a contenda que opõe estes dois povos, mas não me atrevo a tal. Estamos a falar de seis décadas (após a declaração de independência do Estado de Israel) de conflitos, de guerras, de lutas, de mortes e de ódios num território sagrado para um grande número de religiões, e milhões de crentes.

As soluções para a paz definitiva, ou pelo menos mais duradoura, tem obrigatoriamente de passar pelo bom censo dos responsáveis políticos e religiosos, que nesta zona geográfica assumem importância determinante. Sem este bom censo e a consciência de que são sempre os mais fracos e inocentes a sofrer, temo não haver solução à vista...